Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres
7 de abril de 2021
Este ano, assinala 27 anos desde que mais de um milhão de pessoas foram sistematicamente assassinadas em menos de três meses no Ruanda.
Eram na sua maioria tutsis, mas também hutus e outros que se opunham ao genocídio.
Aqueles dias de 1994 permanecem na nossa consciência coletiva dentre os mais horríveis da história humana recente.
Neste dia, honramos os que foram assassinados, refletimos sobre o sofrimento e reconhecemos a resiliência daqueles que sobreviveram.
Ao juntarmo-nos em solidariedade o povo do Ruanda, devemos olhar com atenção para o mundo de hoje e garantir que acatamos as lições de há 27 anos.
Hoje, em todo o mundo, há pessoas sendo ameaçadas por grupos extremistas determinados a aumentar as suas fileiras através da polarização social e da manipulação política e cultural.
Estes movimentos extremistas representam a principal ameaça à segurança em muitos países.
Embora a tecnologia e as técnicas utilizadas por extremistas evoluam, as mensagens e retórica vis permanecem igual.
A desumanização de comunidades, a desinformação e o discurso de ódio são combustíveis para a violência.
A pandemia da Covid-19 evidencia a urgência de lidar com profundas divisões.
A crise mundial de saúde afetou profundamente todo o espetro dos direitos humanos em todas as regiões, alimentando ainda mais a discriminação, a polarização social e as desigualdades – podendo todas levar à violência e ao conflito.
Vimos o que aconteceu no Ruanda em 1994 e sabemos as consequências horríveis da prevalência do ódio.
Impedir que a história se repita requer combater esses movimentos movidos pelo ódio que se tornaram uma ameaça transnacional.
Devemos redobrar os nossos esforços e forjar uma Agenda Comum para renovar e revigorar as nossas ações coletivas daqui para frente.
Ao fazer isso, devemos defender os direitos humanos e continuar a pressionar para que as políticas respeitem plenamente todos os membros da sociedade.
O Ruanda vivenciou um dos capítulos mais dolorosos da história moderna da Humanidade, mas o seu povo reconstruiu das cinzas.
Depois de sofrer violência e discriminação de género indescritíveis, as mulheres do Ruanda detêm agora mais de 60 por cento dos assentos parlamentares – fazendo do Ruanda um líder mundial.
O povo do Ruanda mostrou-nos o poder da justiça e da reconciliação, e a possibilidade de progresso.
Neste dia solene, vamos todos assumir o compromisso de construir um mundo pautado pelos direitos humanos e pela dignidade para todos.
(Foto de capa do vídeo: jovens em memória dos assassinados em Ruanda durante o genocídio de 1994. Crédito da foto: UN Photo/Violaine Martin)
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