Jequié sedia 4ª Conferência Municipal LGBTQIA+ com foco na defesa de direitos e fortalecimento de políticas públicas

Foto: Ascom/SJDH

No primeiro dia, as discussões focaram na necessidade de ampliar políticas públicas que garantam equidade de direitos. Para Louranya Batista, presidenta do Conselho de Promoção da Igualdade Racial do Município e Conselheira Estadual LGBT, essas pautas são fundamentais para o avanço social. “Pensar essas questões é importantíssimo para que qualquer sociedade evolua e busque a equidade de direitos, debruçar nos atravessamentos interseccionais visando o momento histórico de pensar a sociedade que vivemos, a cidade em que vivemos, o Estado e o País que construímos”, comentou Batista.

A Coordenadora Geral do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBTQIA+ (CPDD LGBT), Keila Simpson, destacou a importância de garantir direitos para essa população e o protagonismo das narrativas de proteção à diversidade. “A nossa vingança é envelhecer. Não há nada mais cruel para um ser humano LGBTfóbico, que ter que conviver com alguém que conseguiu ultrapassar a expectativa de vida, que atingiu um grau social elevado, que conseguiu fazer desses muros sociais barreiras para transpassá-los, de uma forma muito organizada e qualificada. Vamos cobrar cada exclusão e cada ataque. Se não conseguirmos alcançar esse alvo, nesse voo, àquelas e àqueles que virão depois de nós chegarão com a ‘promissória’ nas mãos. E cada vez mais ousadas. E ainda mais atrevidas”, discursou a gestora.

Foto: Ascom/SJDH

“A interiorização das ações, e da própria política, passa por processos conferenciais como esses, mas, antes deles, é preciso que organizações e movimentos, em cada localidade, se constituam e utilizem seu condão provocador de mudanças. Que instiguem essas e outras iniciativas”, incentivou Simpson.

“Não podemos negar que o governo desse estado tem empenhado esforços na ampliação de recursos para a consecução desse objetivo. O CPDD LGBT é um exemplo desse compromisso, onde o GAPA Bahia, OSC executora do projeto nos próximos 2 anos, conta com recursos de R$ 6,3 milhões para garantir o funcionamento, a gestão do equipamento e a implantação de um Núcleo de Atendimento Regional”, afirmou a Coordenadora. A partir de abril, o CPDD terá um Núcleo Regional, para além da sua sede em Salvador. A localização do novo equipamento será anunciado em março pela SJDH.

Foto: Ascom/SJDH

Mário Ferreira, Secretário Executivo do Conselho Estadual LGBT, destacou a importância histórica das Conferências e ressaltou que esses espaços foram responsáveis pela criação de importantes políticas estaduais e nacionais, como a Coordenação Estadual LGBT – vinculada à SJDH – e outras pautas essenciais. “Olhar o que as outras conferências proporcionaram é entender o quanto este espaço é importante e potente. Ver que as conferências foram responsáveis por importantes políticas públicas a nível estadual e nacional. Foram nelas que pautas importantes nasceram, como a coordenação, o conselho, o debate sobre o conceito de família e outras importantes políticas. Espaços como esses são essenciais para reafirmar o compromisso com a pauta de Direitos Humanos e LGBT”, comentou Ferreira.

Encaminhamentos e votação de propostas
O segundo dia de programação – hoje (14) -, foi dedicado ao debate dos eixos temáticos e à votação das propostas formuladas durante os paineis e mesas de discussão. As deliberações definidas no evento irão contribuir para a construção das políticas públicas estaduais voltadas à população LGBTQIAPN+, garantindo que suas demandas sejam incorporadas às agendas governamentais.

A 4ª Conferência Municipal LGBTQIA+ de Jequié, assim como as que ocorrerão em outras cidades baianas, é uma etapa preparatória para a Conferência Estadual, que promoverá um espaço de escuta, participação e construção de políticas inclusivas, a serem debatidas, por sua vez, na etapa nacional do fórum.

Temas debatidos
Entre os principais temas discutidos no primeiro dia da conferência, destacam-se: Interiorização da política LGBTQIA+ ; Fortalecimento da representatividade e liderança LGBTQIA+; Construção de dados qualificados sobre a população LGBTQIA+ ; Fomento à implementação de políticas públicas municipais; O CPDD LGBT como política de Estado e garantia de direitos para a população trans.

Fonte: Ascom/SJDH

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