Em evento da Fieb, Sema apresenta estratégias para novo modelo de transição energética da Bahia

A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) apresentou, nesta quarta-feira (12), a proposta de um novo modelo econômico para a Bahia, baseado na economia verde e na transição energética. A palestra ocorreu durante um evento promovido pelo Conselho de Petróleo, Gás e Energia (CPGE), no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), reunindo especialistas, empresários e gestores públicos do estado.

Representando a Sema, o chefe de gabinete, André Ferraro, declarou que, apesar do crescimento econômico da Bahia nas últimas décadas, o estado ainda não explorou totalmente seu potencial sustentável. Nesse sentido, ele explicou que o governo estadual vem estruturando diretrizes para atrair investimentos nacionais e internacionais em setores estratégicos da economia verde.

“Estamos vivendo a maior realocação de capital da história, com investimentos estimados entre US$ 3 trilhões e US$ 5 trilhões anuais até 2030. A Bahia não pode ficar à margem dessa transformação. Com planejamento, incentivos e uma estrutura de governança sólida, temos tudo para nos consolidar como um dos principais polos da economia sustentável no Brasil”, destacou Ferraro.

Foto: Ascom/Sema

Pronater e fortalecimento da agricultura sustentável

Entre as iniciativas mencionadas pelo gestor, destaca-se o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pronater), que busca fortalecer a agricultura familiar com foco na agroecologia e recuperação de áreas degradadas. “A sustentabilidade passa pelo fortalecimento das nossas comunidades rurais. O Pronater é um instrumento essencial para garantir assistência técnica, impulsionar sistemas agroflorestais e permitir que pequenos produtores se insiram nesse novo cenário econômico”, explicou.

Para ele, o estado baiano possui uma grande oportunidade na produção de biocombustíveis sustentáveis a partir da macaúba, cultura que pode ser desenvolvida em áreas de pastagem degradada. “Apenas utilizando entre 10% e 30% dessas áreas, conseguimos produzir entre 2 e 6 bilhões de litros de biocombustíveis, gerando renda e desenvolvimento para municípios como Ipirá, Monte Santo e Queimadas”, ressaltou.

Hidrogênio verde e biocombustíveis como motores da transição energética

Outro setor promissor destacado por Ferraro foi o hidrogênio verde, um dos principais vetores da transição energética global. “A Bahia já tem incentivos para produção de H₂ Verde e iniciou a conversão de polos industriais cinzas em polos verdes, incluindo dois no interior. O objetivo é posicionar o estado como um grande exportador para o mercado europeu, que movimenta entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões”, explicou.

Os bicombustíveis avançados também foram apontados como um diferencial competitivo do estado. “O Brasil pode captar entre US$ 20 bilhões e US$ 50 bilhões nesse setor, e a Bahia tem condições de ser protagonista nessa transição, aproveitando a produção de biomassa sustentável”, destacou o gestor.

Plano de Manejo da Baía de Todos-os-Santos e incentivo à industrialização sustentável

Além dos investimentos em energia renovável, a Sema tem trabalhado para garantir um planejamento sustentável da Baía de Todos-os-Santos (BTS). “Estamos estruturando um Plano de Manejo que vai conciliar conservação ambiental e desenvolvimento econômico. Isso inclui um mapeamento detalhado dos ativos ambientais da região, um zoneamento sustentável e estratégias de financiamento para recuperação e preservação”, afirmou.

A industrialização descentralizada também foi mencionada como um pilar fundamental da nova economia baiana. “Queremos levar o desenvolvimento para além da Região Metropolitana de Salvador. A Bahia tem condições de produzir energia renovável e hidrogênio verde a custos extremamente competitivos, o que pode atrair indústrias para o interior e criar novas cadeias produtivas sustentáveis”, pontuou André.

Fonte: Ascom/Sema

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