Rio Utinga: assentados atuam em conjunto com o poder público para conter escassez hídrica

As visitas técnicas a povoados e assentamentos marcaram a última terça-feira (11) na sub-bacia do Rio Utinga, nos municípios de Wagner e Utinga, dando continuidade às ações que seguem até quinta-feira (13). Nesta quarta-feira (12), as atividades incluíram visitas a assentamentos no município de Lençóis. O objetivo é dialogar com as comunidades, entender suas demandas e criar estratégias para enfrentar a escassez hídrica. A iniciativa envolve técnicos da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater).

Para Antônio Martins Rocha, diretor de Recursos Hídricos e Monitoramento Ambiental (DIRAM) do Inema, a presença em campo permite um entendimento mais próximo da realidade local. “Estamos aqui num dia de campo, conhecendo, dialogando melhor com essas comunidades e vendo essa realidade”, afirmou, destacando que as discussões incluem um projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) em parceria com a Bahiater.

Além do diagnóstico da situação hídrica, foram discutidas alternativas para melhorar o manejo da água e garantir o acesso dos agricultores familiares aos recursos hídricos. Edison Ribeiro, coordenador de sistemas agroflorestais da Diretoria de Inovação e Sustentabilidade (DIS) da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), reforçou a necessidade de “criar novas tecnologias de produção e manejo de solo” e de promover uma gestão mais equilibrada da água, para que pequenos produtores não sejam prejudicados.

“Até escassez para o consumo humano a gente está identificando aqui nesses dias de visita. Então, a nossa parceria é para construir alternativas, medidas emergenciais e planejar ações de médio e longo prazo, que garantam sustentabilidade ambiental, produção sustentável e mais alimento na mesa dos nossos agricultores e agricultoras.”, completou Ribeiro.

Já Benedito Reis, presidente do Instituto Agregar – Centro de Desenvolvimento Sustentável Socioambiental e Agroecológico –, acompanhou as visitas aos assentamentos e destacou que as famílias enfrentam dificuldades recorrentes devido à seca.

“Essa crise hídrica do Rio Utinga já vem se estendendo ao longo dos anos, e essa escuta nas comunidades, vivenciando de perto, nos traz esperança de encontrar soluções. Muitas famílias perdem sua renda quando o rio seca. Ver esse rio voltar a ser perene pode parecer uma utopia, mas é por isso que lutamos, com parcerias entre instituições e sociedade civil, para garantir o futuro do Utinga e dos povos ribeirinhos.”

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